Os órfãos do Gotan Project periga se interessarem pelo Submotion Orchestra. Não que o Gotan - este projeto parido por um argentino, um francês e um suíço - tenha acabado, não é isso... mas você sabe, aquele tango eletrônico renovador e impressionante do trio funcionou 100% no debut La Revancha Del Tango de 2001, 50% no segundo álbum de fato (Lunático, de 2006) e dali pra frente a fórmula ficou presa no próprio tubo de ensaio.
Buenas, o que os ingleses do Submotion tem a ver com o Gotan? Essencialmente electronica, jazz, dub e uma lona escura feita de trip-hop cobrindo tudo. O diferencial é que o grupo de seis músicos de Leeds passa longe dos ritmos portenhos e tem à sua frente uma vocalista fantástica chamada Ruby Wood. É ela com sua voz de Sade albina quem acalma as linhas de baixo que fazem os alto-falantes tremerem em certos trechos de Finest Hour, álbum lançado em Agosto deste ano. Atual mas não aproveitador, o Submotion encaixa-se confortável no dubstep vigente ("Back Chat") e no drum'n'bass jazzy ("Always"), ao mesmo tempo em que aproveita os músicos que tem pra criar um instrumental emocionante e detalhista como o da faixa título. Pontuado por um trompete onipresente que atravessa quase todas as dez faixas e favorecido pelos vocais de Ruby Wood, o Submotion Orchestra fez um disco de estréia apurado e minucioso, mas com um resultado final cool e extremamente prazeroso de ouvir.
"Suffer Not": tudo no capricho.
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