Num passado recente, eu curtia o Keane. Deu pra pescar boas faixas de seus três álbuns: "Somewhere Only We Know", "Everybody's Changing", "This Is The Last Time"... E eles até tentaram perder um pouco daquela pecha de "fábrica de baladas existenciais grandiloqüentes" com singles sacolejantes como "Spiralling" e a surpreendente "Looking Back" (do bom EP Night Train, de 2010) com participação do rapper canadense K'Naan e sample do tema de Rocky, "Gonna Fly Now".
Tudo em vão. Eles retornam em 2012 com Strangeland e o primeiro verso do álbum diz "Fearfull child have faith in brighter days / Stay young till this darkness fades away". Aí fica difícil. Os dois singles lançados até agora mantém o nível de poesia por análise combinatória ("If I am a river, you are the ocean / Got the radio on, got the wheels in motion", de "Silenced by the Night") ou rimas metáforicas constrangedoras ("Something's crept in under our door / Silence soaking through the floor", de "Disconnected"). Some à essas letras arranjos de cordas melosos ("The Starting Line", "Black Rain"), rockinhos insossos ("On The Road", "Day Will Come") e canções tristes (no sentido de enfadonhas mesmo) como "Sea Fog" e "Watch How You Go", e pronto, lá vai o Keane descendo a ladeira. De novidade mesmo só a efetivação de Jesse Quin como baixista da banda, porque em Strangeland o Keane só repetiu fórmulas de uma maneira pior.
"Disconnected": o Coldplay está em boa companhia.
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