"Reggae é a música mais racista que existe. É uma glorificação total da supremacia negra".
"Sempre adorei reggae. Em 1984, eu disse, brincando, a um jornal musical britânico que 'o reggae é nojento'. Eles me levaram a sério, e essa afirmação está por aí até hoje."
"Sempre adorei reggae. Em 1984, eu disse, brincando, a um jornal musical britânico que 'o reggae é nojento'. Eles me levaram a sério, e essa afirmação está por aí até hoje."
As duas frases acima são de um tal de Stephen Patrick Morrissey, que esteve a pouco no Brasil para uma mini-tour de três shows. A segunda eu li numa entrevista concedida pelo "maior inglês vivo" ao jornal O Globo e a primeira eu juro que foi em alguma revista (provavelmente a Bizz) no final dos 80 ou começo dos 90, não lembro. Bom, não que Morrissey tenha algo a ver com esse disco aí abaixo, mas achei o link interessante, já que vou falar de um ótimo lançamento do gênero.
Acontece que quando a gente acha que não dá mais, surge um cara como Konshens e recoloca o dancehall nos trilhos. E olha que o jamaicano Garfield Spence começou ontem: grava desde 2005 e Mental Maintenance já é seu terceiro álbum. Aqui há todos os elementos que fazem desse estilo cibernetizado de reggae ser tão legal de ouvir. São os quase onipresentes violões de levadas preguiçosas conduzindo o discurso ("World Citizen", "Represent"), são refrãos feitos na medida para as radiolas de São Luis ("Last Drink", "The Realest" - com participação do veterano Bounty Killer), são linhas de baixo que honram a tradição shakespeareana do gênero ("Homewrecker", "No More Tears") e Jah seja louvado, tem lindas levadas tradicionais com metais ("Only Jah"), guitarras e teclados fundindo-se ao dub ("Leave Your Side") e hits em potencial que - num mundo musicalmente descente - nasceram para estourar, como "Simple Song". Eu não ouvia nada tão bacana no estilo desde Collie Buddz - e lá se vai mais de um ano. Salve, Konshens.
"Simple Song": vídeo tão bom quanto a música.
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